Michael:
Na verdade eu não gosto de ser entrevistado, é como uma invasão. Toda entrevista
que eu já fiz eu fui forçado a fazer. Mas vocês, fãs, têm sido tão legais comigo que
essa é a única razão pela qual eu concordei em fazer.
Quais são as coisas que te deixam chateado?
Michael:
Eu acredito na perfeição, e eu tento criá-la em tudo que faço. Parece que nunca
chegamos lá, mas eu acredito na realização perfeita. E quando eu não chego pelo
menos a 99.9%, eu fico triste, então, isso me deixa triste.
Você vai lançar mais algum vídeo vindo do álbum HIStory?
Michael:
Há muitos outros lançamentos do HIStory. Temos "Ghost" saindo, que é grande,
e "Stranger In Moscow", e vamos continuar. Estamos em 28 milhões de álbuns
agora, diferente do que a imprensa continua inventando - a imprensa de tablóides -
eles são horríveis. Fãs, não leiam os tablóides - isso é uma coisa que vocês podem fazer.
Não leiam histórias que não são verdade. Eles escrevem essas hitórias para
confundi-los e vocês fazem eles ricos. Não é verdade, é lixo. Acreditem no que eu
falar para vocês.
Por que você está usando uma máscara de seda nas suas últimas aparições?
Michael:
Porque com o tempo as condições da minha pele pioraram, detesto dizer isso.
Eu tenho vitiligo, sou totalmente alérgico ao sol. Não posso nem sair ao sol.
Mesmo se estiver sob uma sombra os raios podem destruir minha pele.
Há alguma música que você lançou e que você não queria lançar?
Michael:
Não que eu lembre. Algumas músicas da Motown, as primeiras, eu me lembro de
ficar chateado com alguns compositores porque eu queria cantar de um jeito e
eles queriam que eu cantasse de outro. Eu chamava Barry Gordy, que é o dono
da companhia. Ele dizia: "Olha, deixe o Michael fazer do jeito que ele quiser, tenho
certeza que ele está certo".
A atmosfera entre as estrelas da Motown era competitiva ou amigável?
Michael:
Muito amigável. Marvin Gaye costumava vir a minha casa pelo menos duas vezes
por semana jogar basquete com meus irmãos. Stevie Wonder vinha para encontros
e festas, e eu ia pra casa de "The Supremes" e Diana Ross convidava as outras garotas,
e era sinceramente uma famíla feliz. Tínhamos um time de baseball e jogávamos um
contra o outro, e eu era bem pequeno mas eles deixavam eu jogar...era uma família
feliz e eu sinto falta deles- até os "Temptations", eles iam na minha casa o tempo todo.
Você vai regravar o especial da HBO cancelado no ano passado, e se sim, quando?
Michael:
Sim, estamos planejando fazê-lo na África do Sul.
Você já ficou com medo de ir pra um palco?
Michael:
Não, não me lembro de já ter ficado com medo de ir pra um palco. Fico mais
confortável no palco do que dando essa entrevista agora!
Você vai fazer algum show aqui nos Estados Unidos?
Michael:
Eu gostaria - estamos planejando fazer no ano que vem.
Você planeja trabalhar com Quincy Jones de novo?
Michael:
Adoraria trabalhar com Quincy de novo. As portas estão sempre abertas. Somos
muito amigos. Mas eu gosto de desafios, fazendo coisas diferentes e
experimentando...Ele é uma pessoa muito afetuosa e eu o amo muito.
Se você pudesse passar um dia em completo anonimato, aonde você iria e o
quê faria?
Michael:
Provavelmente para Neverland, ou alguma ilha isolada em algum lugar. O que
eu faria- provavelmente escrever música ou criar alguma música ou coreografia-
algo criativo. Eu nunca paro de trabalhar.
A Billie Jean real sabe sobre a música e se sim qual foi sua reação?
Michael:
Há uma garota chamada Billie Jean, mas não é aquela da qual falei. Billie Jean é
como se fosse anônimo. Representa várias garotas que costumavam ficar
rondando na "porta dos fundos" das bandas com quem elas queriam se relacionar.
E eu acho que escrevi isso pela experiência com meus irmãos quando eu era
pequeno. Havia várias Billies Jean's lá fora. Todas essas garotas diziam que seus filhos tinham como pai um dos meus irmãos.
Que músicas suas são autobiográficas?
Michael:
Stranger in Moscow, Heal The World, We Are The World, I'll Be There. Esse
tipo de música.
O que te inspirou para a música "Stranger In Moscow"?
Michael:
Eu a escrevi em Moscou. A letra é totalmente autobiográfica. Quando você ouve
frases como "Aqui, abandonado na minha fama....Apocalipse do cérebro"- naquele
momento, na última turnê enquanto eu estava em Moscou- era como eu estava
me sentindo. Foi meio como se tivesse criado sozinho, apareceu para mim, porque
era como eu me sentia naquele momento. Totalmente sozinho, no meu hotel,
estava chovendo e eu simplemente comecei e escrever...
Fonte:: MJMoonwalker