terça-feira, 31 de maio de 2011

“Construí um corredor para Michael Jackson”

Por: EMANUEL CARNEIRO




Álvaro Ramos fez 50 anos em Novembro de 2009. Há quase 17, trouxe Michael Jackson a Portugal, para o único concerto que o músico norte-americano, falecido protagonizou em solo lusitano. “Era uma estrela, não foi de muito conversava. Mas, no fundo, era tudo entretenimento”.

“Sabe que o tentei trazê-lo neste ano? Mas optaram por Londres, para satisfazer fãs de todo o Mundo”.

Álvaro Ramos, co-proprietário da promotora de concertos Ritmos & Blues, ficou, portanto, com a consolação de, em 26 de Setembro de 1992, ter enrouquecido as gargantas dos milhares de adeptos portugueses que enfeitaram o Estádio de Alvalade, em Lisboa, para receber o próprio Michael Jackson.

Que dia 25/06/2009 em Los Angeles, Estados Unidos da América. Com 50 anos.

“Ele comportou-se como uma estrela, não passava cartão aos músicos, não falou com ninguém. Vivia num mundo diferente do das outras pessoas. Daí a sua fama de excêntrico”. As exigências para o concerto lisboeta nem sequer eram dos mais sofisticados, mas o músico norte-americano não passou sem “um camarim com determinada cor, no qual os sofás e os tipos de flores” respondiam, igualmente, a um conceito muito peculiar de ordem.

 


Todavia, a obra magna da excentricidade seria um corredor que a Ritmos & Blues teve de construir para que “Michael Jackson não visse ninguém, nem fosse visto”.

Sem ressentimentos, contudo. Álvaro Ramos afirma que o cantor personificou um espectáculo “fenomenal”. Ao promotor, custou acreditar, “mesmo até ao fim”, que tudo tivesse corrido tão bem.

De qualquer forma, para que não haja ilusões por aí além. “Note que tudo isto é entretenimento. Lidamos com as estrelas e respectivas peculiaridades da maneira mais normal que conseguimos”.




Aliás, perante a eventualidade de o percurso entre 1992 e este ano poder atenuar de forma dramática a doçura do impacto de Michael Jackson no coração dos fãs portugueses, Álvaro Ramos acena com a passividade dos números – numa espécie de lição prosaica de economia: “Acha que outro concerto aqui não seria um êxito? Veja o que aconteceu com os 50 concertos de Londres…”

Em rigor, pouco mais se vai ver.

Fonte

Créditos:: Mjj Secret Lovers

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