terça-feira, 24 de maio de 2011

"Michael"




Não há nenhum tema global, nenhum som consistente, nenhuma evidência do meticuloso ajuste de Jackson em cada nota, cada segundo, exatamente o que ele queria. Mas talvez isso seja uma coisa boa.

Quando você é o Rei do Pop, seus súditos naturalmente cedem à sua vontade – um problema que mais ou menos restringia Jackson desde “Bad”, quando ele rompeu com o grande produtor Quincy Jones. Com as trágicas circunstâncias em torno de “Michael”, lançado rapidamente em meses após a morte prematura de Jackson em 2009, nós podemos ver como o Rei do Pop se sairia se seus colaboradores estivessem em pé de igualdade.

A resposta: Muito bem.

Apesar de Jackson ter trabalhado nos anos que se seguiu após “Invincible” de 2001 por anos, ele não estava perto de terminá-lo, especialmente depois que ele direcionou seu foco para montar sua turnê “This Is It”. Julgando pelo que Jackson deixou para trás, a volta que ele tão desesperadamente desejava estava tão perto.

Poderia ter vindo da notável “Behind the Mask”, onde Jackson pegou um sample synth-pop da Yellow Magic Orchestra, escreveu sua própria letra para [a canção] e a cercou com a batida Europop que invadiu as paradas pop americanas.

Poderia ter vindo de “Keep Your Head Uo", a inspiradora canção R&B que veio de sua colacoração com Eddie Cascio e James Pprte quando ele estava morando com os Cascios em New Jersey em 2007. “Keep Your Head Up”, que é a canção gospel mais influente de Jackson desde “Man in the Mirror”, é ainda mais adequada agora do que quando ele a escreveu, com sua discussão sobre as lutas econômicas e tentando sobreviver.

Ou poderia ter vindo de "Monster”, Jackson aparece no hip-hop com um verso de 50 Cent que o rapper gravou este ano (2010). Juntamente com o primeiro single do álbum, “Hold My Hand”, sua colaboração com Akon, “Monster” é a canção que mais soa como Jackson, incluindo até mesmo backing vocals que ele cantou em um tubo de PVC para conseguir o efeito monstruoso certeiro.

Também escrita em New Jersey, “Monster” – que começa com um belo beatboxing de Jackson – é uma clamação por uma mistura com “Monster” de Kanye West. Essa é uma das duas canções em “Michael” que fala sobre o cansaço de Hollywood e dos paparazzi, continuando o tema que começou em “Hollywood Tonight”, que foi gravada durante as sessões de “Invincible” quase há uma década atrás.

As variações de tempo das canções fazem de “Michael” bem incomum. A tocante balada “Best of Joy” foi uma das últimas canções em que Jackson trabalhou – ele planejava finalizá-la enquanto estivesse em Londres em 2009 para os concertos “This Is It”. A balada “Much Too Soon” foi escrita na época de “Thriller”, quase três décadas atrás, mas não tinha sido lançada até agora.

Na doce “(I Like) The Way You Love Me”, que foi lançada como uma versão demo no “Ultimate Collection” em 2004, Jackson soa inocente de novo – como se todos os processos criminais, problemas de saúde e constante escrutínio nunca tivessem acontecido. É um momento tocante, o equivalente musical de uma ficha limpa. Mas a música também destava um dos problemas do álbum.

Apesar dos numerosos produtores no álbum terem dado um interessante ponto de vista sobre a música de Jackson, “Michael” também libera pequenas coisas que Jackson provavelmente nunca permitiria.

No final de “The Way You Love Me”, há um ciclo que soa como se a voz de Jackson fosse manipulada para trocar as notas e é repetida várias vezes da maneira como os amadores fazem quando querem esticar uma canção. É uma falha tão visível que aparece pra você imediatamente e um perfeccionista como Jackson provavelmente teria cortado.

A canção “Breaking News”, que foi estranhamente a primeira canção do álbum a ser revelada no website de Jackson, é uma outra faixa que ele provavelmente teria retirado, especialmente como ele se refere à ele mesmo na terceira pessoa, usando “Michael Jackson” como um gancho ridículo. Não é de se estranhar que após o lançamento de “Breaking News”, a família Jackson imediatamente começou a questionar se era, de fato, a música dele. (A Sony Music diz que trouxe os colaboradores de Jackson e musicólogos para determinar a autenticidade da faixa e determinaram que é sua voz.)

Eles não deveriam ter se preocupado, porém, porque o resto de “Michael” é inquestionavelmente Jackson. “Michael” não é, como muitos temiam, algum tipo de projeto, como os recentes álbuns de 2Pac, que calça gravações de voz de Jackson e constrói uma nova música ao redor delas. Estas são realmente suas canções, e na maior parte, elas não poderiam ter ficado melhores se Jackson tivesse terminado ele mesmo.

A maneira como Neff-U completa “Best of joy” é magistral, com Jackson cantando ‘I am forever” e a música desvanecendo.
“Michael” pode provar que ele estava certo sobre isso, considerando a forma de como amar os outros têm carregado seu legado.

Fonte: Newsday
Créditos:: MJJ Secret Lovers

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