segunda-feira, 21 de março de 2011

E é isso...

por Kevin Mendelsohn / Andréa Faggion / Bruno Pórpora



Como é notório e de conhecimento mundial, Michael Jackson não está mais presente nesse mundo. Os mais religiosos costumam dizer que ele está "no céu", "ao lado do Senhor", "morando com os anjos" - acalme-se, não foi uma ironia.

Durante a madrugada de 12 de Outubro pudemos testemunhar em Facebook, Twitter, Orkut, MySpace e na MJ Beats a expectativa de inúmeros fãs que aguardavam com furor a primeira música póstuma de Michael Jackson (odeio dizer isso) estrear na rede.

Houve congestionamento nos servidores da Sony Music, claro que nada comparado ao colapso das vendas pela Ticketmaster em Março de 2009, quando Michael (em pessoa) anunciou que faria uma temporada de shows em Londres, a qual chamou de "This is It".

Coincidentemente - ou não - o nome do single póstumo de estréia tem o mesmo nome da temporada: "This Is It". Creio que até aí não tenha ocorrido nenhuma novidade. Na verdade, no desenrolar deste texto, talvez não haja realmente novidades. Mas, vamos lá!

Como íamos dizendo: acompanhamos a expectativa da estréia de "This Is It" no MichaelJackson.com à 01h da manhã do dia 12 de Outubro de 2009. A reação do grupo dos fãs mais emotivos foi muito comovente. Inúmeras postagens ao redor do mundo elogiando a música e perguntando aos céus "por que tinham que tirar Michael deste mundo".
 
Os trending topics do Twitter colocaram #ThisIsIt entre o TOP10 muito rapidamente. "Michael Jackson" era um dos assuntos mais quentes do microblog.

O grupo dos fãs mais céticos já desconfiava do óbvio: a música é demo da década de 1980 e só teve novos vocais dos velhos Jacksons adicionados - notícia que a Sony Music confirmou durante o dia. No entanto, por que isso reduziria um milésimo da admiração e respeito que eles têm por Michael, se o cantor teve tanta participação nesse lançamento quanto no preparo do próprio funeral?

São esses insatisfeitos, que seriam capazes de exumar o cadáver do cantor para espancá-lo, questionando por que ele não criou aquilo que eles queriam. Como ele não imaginou que poderia morrer a qualquer momento e, portanto, precisava ter deixado esse single regravado e prontinho para o lançamento póstumo tão oportuno?

De quebra, já que estariam com a mão na massa, para não perderem a viagem ao Forest Lawn, aproveitariam para perguntar o porquê do outrora garoto prodígio de Gary ter feito playback durante a turnê mundial de HIStory. E que ele não viesse com desculpas furadas, como calos nas cordas vocais ou inflamação crônica nos pulmões.

Ele que ousasse bancar o humano enquanto tivessem em mãos seu... cadáver. Claro, antes do "último adeus ao Rei do Pop", ainda valeria uma última pergunta ao músico que quebrou barreiras raciais em um dos raros momentos em que deixou a "vagabundice" de lado: "por que Akon e Will. I. Am, eles bradariam aos prantos.

Esse terceiro grupo de insatisfeitos gosta bastante de colocar seus currículos em destaque na conversa a fim de tentar comprovar suas teorias "acadêmicas". "Sim, porque eu sou músico", diz o rapaz de nenhuma gravação, que acaba de chamar Michael de folgado por não ter terminado a música de cuja existência ele dificilmente se lembrara nos últimos 20 anos.
 
"Eu estou estudando psicologia", informa a moça que vive de mesada dos pais, ao chamar a letra de fraca para os padrões do recém-partido músico.

O Senhor Jackson deve se contorcer no túmulo quando vê frases do tipo: "ah, ele voltou a cantar como um negro americano". Aham...é claro, antes disso Michael cantava feito um japonês amarelo com bolinhas rosas, ou então um chileno exilado em Cuba em plena Guerra Fria ou ainda um panamaense, cuja mãe veio a falecer envenenada com a maçã da Branca de Neve.

Longe de mim julgar (claro!) mas já que opinião todos podemos dar, então: Frustrados. São pessoas frustradas com suas próprias vidas e tentam ver em Michael Jackson o que gostariam de ser. Talvez essa seja a realidade. Tentam enquadrar um gênio baseados no seu próprio cotidiano. Quem realmente admira e apóia não tenta qualificar, apenas admira. Por mais pública que tenha sido a vida de Michael Jackson nos últimos 50 anos, é incontestável o valor cultural que ele deixa como um dos seus legados.

Qualquer criti"cuzinho", fã ou não, que se arrisque a explicar o artista Michael Jackson estará cometendo um erro, afinal arte é gozo e fruição estética, não cálculo matemático, demonstração lógica ou aplicação de fórmulas prontas. Michael, sem nem mesmo ler partituras musicais, moldou sons em música pela centelha do gênio que brilhava no íntimo de sua alma, que, por isso, se tornou imortal em sua obra. Sim, ele é Rei do "Pop", e esse "pop" é "popular" e, se é popular, então é para todos e, se é para todos, então todo o universo pode usufruir. Piedade aos pseudo-eruditos fracassados que preferem esquadrinhar a obra de Michael, incapazes que são de simplesmente serem tocados pelo que quer que seja.

Fonte:
MJ Beats | MJJ Secret Lovers

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