terça-feira, 15 de março de 2011

Michael Jackson e sua vinda ao Brasil em 1996: Curiosidades de um fã.


O maior colecionador de artefatos do popstar da América Latina, Leandro Lapagesse, nasceu em 1982, junto com o clássico disco Thriller. O fã é freqüentemente requisitado pela gravadora Sony e pela emissora MTV do país para esclarecer dúvidas e organizar eventos relacionados ao ídolo, e até ganhou dinheiro respondendo perguntas sobre o artista no programa Silvio Santos.

Leandro tem três tatuagens de Michael Jackson no braço direito, e pretende fazer mais uma a cada ano. Ele garante que em 2009 iria aos Estados Unidos tentar se encontrar com Michael. Ele já esteve pessoalmente com o ídolo, mas ficou tão nervoso que não conseguiu pronunciar nenhuma palavra, apenas pegar um autógrafo.








Em Copacabana

Leandro Lapagese estava com dezenas de fãs na frente do Hotel Sofitel, em Copacabana, esperando Michael Jackson aparecer para pegar um helicóptero, no Forte de Copacabana, que o levaria ao alto do Dona Marta. Um sósia do cantor despistou a maior parte das pessoas, mas o faro do colecionador fez com que ele não fosse enganado pelo alarme falso. Um minuto depois, uma van despontaria na rua, com o verdadeiro Michael Jackson com meio corpo para fora, acenando para os que passavam, incrédulos.




- Fiquei atônito! Ele é um cara enorme, e parecia um boneco de porcelana! - lembra Leandro. - Saiu da van, conversou com as pessoas e até apertou a mão do lixeiro. Eu estava com uma blusa igual a que ele havia jogado pela janela do hotel na véspera, para fãs que gritavam lá embaixo. Esse detalhe acabou sendo o meu passaporte para estar frente a frente com ele! Michael olhou para mim e achou que eu era o felizardo que havia pegado a camisa. Me aproximei, os seguranças logo barraram, mas ele mandou liberar minha passagem. Me deu um autógrafo e uma bala, que guardo até hoje. Ele disse 'I love you', como dizia para todos ali, e entrou no forte para pegar o helicóptero e partir para o morro.


No Dona Marta

Outra fã de carteirinha de Michael Jackson, a jornalista Claudia Silva bolou uma logística tão cinematográfica para estar perto do popstar no morro quanto a que ele mesmo preparou para evitar a presença da imprensa na área. Ela, que trabalhava no jornal O Globo na época, teve a missão, assim como outros repórteres, de estar na hora da filmagem. O diretor do clipe foi o cineasta Spike Lee, que proibiu a entrada da imprensa no morro.

- Eu não conhecia o Dona Marta. Fui na véspera para bolar um plano para entrar no dia seguinte. Estava calor e uma senhora perguntou se eu queria água. Entrei na casa dela e contei que eu era jornalista, e a filha dela disse que se eu quisesse, poderia ficar lá. Era uma família que estava no morro há muito tempo. Desci, liguei para o jornal dizendo que havia conseguido lugar para ficar, peguei roupa, celular, dinheiro para pagar a 'hospedagem' e fui dormir no morro - lembra Claudia Silva.

Todo mundo sabia que havia repórteres lá, e teve uma grande 'varredura'. Pessoas do próprio morro foram contratadas pelo Spike Lee para não deixar nenhum jornalista por lá. Foram batendo de porta em porta, mas a dona da casa em que Claudia estava disse que ela era uma prima. Como se tratava de uma família muito íntegra, conseguiu ficar sem levantar suspeitas.

- Fiquei num quarto pequeno. A casa estava em obras e improvisaram uma cama para mim. Ouvia o pessoal passando o tempo todo do lado de fora. Expulsaram todos os jornalistas. Coloquei um short, camiseta e um tênis e fiquei andando pelo morro, como se fosse namorada do dono da casa. Não dava medo, não era que nem hoje, mas era adrenalina pura estar ali.

Michael Jackson chegou de helicóptero no campo de pouso no alto do morro.

- Fiquei em cima da lage para ver a chegada dele. Vi quando ele desceu, sem máscara, e passou muito perto de mim, a menos de um metro. Um sósia estava sendo usado o tempo todo, mas nesse momento era ele mesmo - garante. - Fiquei nervosa. Pensei nessa hora: caraca, é o meu ídolo, eu vi o Michael Jackson!
O cantor foi para um largo com um belo visual da cidade, onde foi filmado a maior parte do vídeo.

- Fiquei entre as casas vendo a filmagem, de longe. Não tinha ninguém da imprensa além de mim. Cerca de uma hora depois, começaram a chegar fotógrafos, que conseguiram entrar, além da repórter Glória Maria, da Rede Globo. Michael desceu as escadarias e foi na associação de moradores do morro, falou com as pessoas, pegou um bebê no colo e deixou uma boa impressão. Apesar de toda a sua excentricidade, ele teve um momento muito humano, muito natural. Mesmo com o mega esquema, ele andou pelas ruelas, não fez nenhum ato do tipo 'estou com nojo, com medo de bactérias', coisas que a gente imagiaria do Michael Jackson.

A jornalista destaca como uma 'experiência maravilhosa' estar lá e ver como as pessoas se comportaram e a atitude do cantor, que esparava-se ser arrogante e cheio de frescuras. Todo mundo acordou cedo e limpou sua calçada para receber a ilustre visita. Os moradores pareciam orgulhosos de estar recebendo o popstar.

- O melhor foi que a família que me acolheu são meus amigos ate hoje. Eu nuca mais perdi essa família. Sempre mantive contato com eles desde então. Mesmo quando morei em Londres mandava cartas. Ganhei uma família de amigos, muito especial mesmo! - conclui.

No dia seguinte, Michael Jackson ainda fez compras na praça General Osório, em Ipanema, antes de voltar para casa, provavelmente levando boas recordações da experiência no Rio.



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